quinta-feira, junho 30, 2005

...destino?

"I lie awake
I’ve gone to ground
I’m watching porn
In my hotel dressing gown
Now I dream of you
But I still believe
There’s only enough for one in this
Lonely hotel suite

The journey’s long
And it feels so bad
I’m thinking back to the last day we had.
Old moon fades into the new
Soon I know I’ll be back with you
I’m nearly with you
I’m nearly with you

(...)

On a clear day
I’ll fly home to you
I’m bending time getting back to you
Old moon fades into the new
Soon I know I’ll be back with you
I’m nearly with you
I’m nearly with you

When I’m weak I draw strength from you
And when you’re lost I know how to change your mood
And when I’m down you breathe life over me
Even though we’re miles apart we are each other’s destiny

I’ll fly, I’ll fly home
I’ll fly home and I’ll fly home "

zero 7 - destiny

..queres saber como me sinto?Não sei se acredito no destino.Não sei.

Cavalo Branco

sexta-feira, junho 24, 2005

Escuridão

Este dia não espera que eu me prepare para o encontrar. Estou desarmada, sinto na pele que angústias são como fumo do fogo que me quer sufocar. Por detrás há sempre algo pior. E não vale a pena esconder-me nem dar corda à ilusão de que busco uma saída. Os problemas tem carro próprio e seguem-te onde vais. Lá, sonho com as saudades que não procuro, e quando volto, palavras vêm até mim dos três vértices do triângulo. Uma esperança voa numa ânsia de um desejo concretizado. E segue, nunca apanhando quem fica isolado numa ponta qualquer no labirinto. Não tenho bússola. Ando em círculos como os camelos perdidos. Se eu fosse um cavalo encontrava sempre um caminho no deserto. Mas está tudo em vácuo aqui. Não sopra vento que me mostre alguma direcção. A areia que circula por entre o meus pés descalços não me causa cócegas. Ouço uma canção repetidamente, escrita por alguém de que não conheço o rosto, e para alguém que me é desconhecido. Sossego por escassos segundos. Aflijo-me por me sossegar. Abre-se o chão, tento segurar-me ao céu. Caio numa escuridão e ouço vozes. Calam-se. E eu fico aqui. Sem solução para o problema sem resposta.

quinta-feira, junho 16, 2005

Cansaço

Sinto os olhos pesados e prestes a fecharem-se. Os meus dedos, antes ágeis, caiem desajeitados sobre as teclas construindo frases cansadas do que ficou por dizer. A mente vagueia, abandonada a flutuar no mar de escolhos dos meus pensamentos desordenados. As dúvidas são contagiosas e basta uma palavra dita de ânimo leve para sobressaltar um lago enganadoramente calmo. Fico. Parto. Corro para longe, ou paro e estou perto. Amo o mundo e protego-o, ou, negligencio e a indiferença abarca a vida. Eu sou eu. Eu sou todos os outros e todos os outros são eu. Massacro a consciência demasiado tarde. Vivo e estou comigo, recolho o que tem importância, ou apenas o que impede o pensamento, ou tudo junto, e o que faz o meu eu. Amanhã parto, vou para onde o tempo não existe e onde paro de fugir de mim. E até lá o quotidiano preenche-me e captarei os brilhos mais preciosos.

Espiral

Dualitate

sábado, junho 11, 2005

Junção de amor com vida

Imagino contrastes espessos entre o verde e o castanho. Encosto-me a varanda, presa à presença constante dos outros por detrás de uma parede. Sinto o fresco da noite aquecer-me a pele, enquanto o meu sangue corre, sem a minha autorização, nas veias. Recordo o toque do telefone que me chamou, dos desenhos animados que sonhei , no animal que descobri, escondido em ovos de chocolate. Sorri, porque são as pequenas estrelas que dão brilho à noite mais escura. Escapa-me dos lábios palavras que não aprendi, um riso que só agora vi que me pertence. Procuro uma segurança, a confirmação de que o real não é ilusão. E confirmar-se, porque todos temos anjos particulares. Volto à realidade, entrelaço tudo o que sei, talvez sem sentido, nas palavras que escrevi, “junção de temas de amor com vida” nas páginas limpas de um livro oferecido(damos sempre a alguém parte de nós, se não, não damos nada). Estou aqui, a festejar a vida. Porque tão só, no fim de tudo, resta sempre a amizade, que nunca é segundo lugar de nada. O futuro não está assim tão longe enquanto o passado bate com a porta (mesmo que haja sempre convite para entrar). Deixo a varanda sozinha. Volto para dentro, o mundo real está a espreita. E agora está mais perto.

Espiral

Dualitate

quinta-feira, junho 09, 2005

..música

Aqui há espaço para tudo...

" (...) You're the prince to my ballerina
You'll feed all the people's parking meters
You encourage the eating of ice cream
And you would somersault in sand with me

You talk to loners
You ask 'how's your week?'
You give love to all
And give love to me
You're obsessed with hiding
The sticks and stones
And feel the unknown
You feel like home
You feel like home

You put my feet back on the ground
Oh, did you know you brought me home
Yeah, you were sweet and you were sound
Can you save me (...)"

Zero 7 - Somersault

Inexplicável a maneira como estes versos me fazem sentir...

Cavalo Branco

Dualitate


quarta-feira, junho 08, 2005

Um objectivo

Liberto-me das amarras feitas dos fios dos preconceitos daqueles que não sabem de que substância são feitos os sonhos. Procuro o que persigo, tenho o objectivo que encontrei, atenta, no labirinto escondido dos sinais do destino. Perco-me nos caminhos feitos das encruzilhadas de enganos para me trair. Mas tenho a certeza que chegarei lá. Entro na porta errada, fico confusa, mas dou de mim e respondem-me em duplo. Saí para a rua, inspiro o cheiro que amo; imagino que esteve a chover. Volto a subir, sempre a subir, no cima encontro o que procuro. Um átrio moderno onde o pouco que existe surpreende-me. Mas não estou cega por nada, expulso ilusões inapropriadas e pego o cofre que esteve à minha espera. Desejo que o tempo pare por um segundo. Fixo este momento que uma dia ficará perdido mas que hoje vive em mim. Talvez agora desfolhe estas páginas, talvez não. Espero pelo momento em que, depois de descer as escadas que me lembram problemas de física, me sento na caixa que me leva até onde tudo me soa familiar. Chego, apanho sol e isolo-me do mundo que narra as suas vidas quotidianas. Hoje sou mais, apenas porque autorizei-me a perder-me no que não tem sentido, tornando-o irremediavelmente coerente.

Espiral

Dualitate

Lembra-se...

São 4:51 da manhã..sem sono.Nada de anormal.Hoje não quer ficar às voltas na cama.Quer divagar.
Houve em tempos alguém diferente.Alguém mais completo.Hoje não.Sente a sua cabeça tonta, às voltas na estabilidade do seu físico.Ouve vozes, vozes agudas e estranhas.Ouve vozes, ao mesmo tempo que faz do silêncio a sua maneira de gritar.Pestaneja.Sente.Sente o que não há para sentir.A única e última coisa que resta, é a memória. São apenas uns poucos e alucinantes versos, umas poucas e duras palavras.Esse algúem não quer sentir.Mas sente.Imagina-se no escuro, com um mundo simples, onde reina a fantasia e a raínha é a brisa silenciosa que apaga todas as vozes e lembranças.Está nesse mundo.Quer sentir os seus pés tocarem o chão, para se tornar banal e rotineiro.Mas é elevado pelo silêncio.Lembra-se.Lembra-se de tudo.Sozinho, consegue ver.Lembra-se dos olhos, da cor, do brilho. Do cabelo, cheiroso e cuidado.Da pele, morena e as vezes tão translúcida.Lembra-se de escutar as suas palavras quando ouvia música.Lembra-se da sua presença, quando os corpos não se tocavam, quando os olhos não se cruzavam.Lembra-se de fazer sofrer, e deixar sofrer.Lembra-se da voz, em tom morno e quente, às vezes inaudível.Lembra-se das palavras, das falas, como num teatro de marionetas.Lembra-se do seu jeito, da ausência de nexo, do corpo quente que tornava a coordenação com a alma, um movimento apaixonante.Lembra o seu sorriso simples, mas encantador.Lembra-se de tocar.Lembra-se de sentir.Ouve gritos.Gemidos, até.Lembra-se do piscar de olhos, tentador.Expressivo.Lembra-se da dureza, da ternura, da bondade e do orgulho.Lembra-se da ausência de luta, que não era mais do que a própria luta.Lembra-se da criança que nascia, da jovem que lutava, da mulher que aconselhava. Lembra-se da sua junção de personagens no choro.Da pessoa que amava.Lembra-se da maneira como se enrolava no seu próprio corpo, fazendo como que uma concha impenetrável.Tinha a maré que a fazia abrir e levar até à areia. Não se esquece da maneira como regulava o seu ego, como fazia parecer o mundo vivo.Como tocava o chão.Vai continuar a lembrar.Isto.Mais!
Quer chorar, mas não consegue.Quer gritar, mas a raínha não deixa.Enquanto escrevo, há uma imagem presente na minha mente, o quarto de alguém.Um refúgio, pequeno, cheio, com pouca luz.Mesmo como eu gosto.
Os pés tocam agora no chão, mas o silêncio continua a ser a sua maneira de gritar.

Cavalo Branco

Dualitate

quinta-feira, junho 02, 2005

Um outro eu

Imagino universos paralelos deste onde nasci e respiro. Talvez exista por aí um eu diferente a viver a vida que podia ser a minha. Diferente...mas devido a quê? Olho o espelho que reflecte o meu exterior: pode este corpo ser apenas a carapaça que protege (ou aprisiona) quem realmente eu sou? Será que a minha individualidade é percepcionada apenas pelos meus sentimentos, emoções, desejos, sonhos, intuições, pela personalidade que auguro ter? E digo-o bem baixinho, a mais não me posso atrever, em suma, a minha alma, autêntica, julgar-se-á ela, o todo que sou eu? Revolto-me contra este pensamento. Podia eu ter outro identidade, "a flor a que chamamos rosa teria o mesmo perfume embora lhe dessemos outro nome" (shakeaspeare), outra casa, outros pais ou outro país, mas o eu que sou eu só se manteria com corpo e espírito igual. E é assim que gosto de imaginar o meu eu que vive algures uma vida que é a dela. Que pode ser tão diferente ou tão igual à minha. Gosto de imaginar que só as circunstâncias mudam e que eu serei eu, não importa como nem porquê. Olho o horizonte e faço figas e desejo boa sorte em segredo. Tenho a certeza que se existir, mais cedo ou mais tarde, um outro eu fará o mesmo por mim.
Espiral
Dualitate

quarta-feira, junho 01, 2005

Vulto

Algo de novo nasce dentro de nós.Uma nova vida, pensamos.No entanto, como humanos, pensamos mal.A vida antiga e mundana, com a sua locura e sofrimento, é algo que não vai embora, como um qualquer Inverno. Voltamos sempre ao frio. Aos dias escuros. À chuva miudinha que nos corrói a alma. Ao gelo que exposto ao quente continua a arrefecer a razão. À rajada de vento, que leva o pensamento para parte incerta e mais perigoso ainda, para parte não desejada. Ao nascermos de nós mesmos, estamos a tentar uma qualquer e desconhecida transformaçao, pesada como uma herança asfixiante e ao mesmo tempo leve como a alma de uma criança. Apareçe um vulto.O peso de tal transformação, prende-se com a razão da mudança que complica as ideias e sentidos da leveza.Como seria, não sentir em cada batida do coração, este vulto? Um vulto que não se deixa tocar, mas um vulto que se deixa sentir.Uma força estranha, que puxa! Que parece querer levar para outro lado, o que parecia ser antes imóvel.O lado que não serve nem à vida dura, nem à transformação que dela parece advir.E se ao menos alguém tivesse força para a travar!Quando estamos nesta luta, so há um caminho a percorrer. Qual?Não teremos todos nós este vulto?E este sofrimento?Esta estranha e ao mesmo tempo magnífica pressão no peito, que tentamos, sem conseguir controlar. Que tentamos, sem conseguir esconder. Que tentamos, sem conseguir, odiar. Que tentamos, conseguindo amar. Que tentamos, conseguindo sentir. Que tentamos, conseguindo viver.O vulto leva-nos embriagado, para parte escura, mas incerta. O caminho que precorre passa a ser para nós o correcto, deixamos levar-nos, alcoolizados pela mesma pela mesma ânsia.Inconscientes. Débeis.Nos braços do inimigo. Até ao destino a percorrer a dor. Da vida anterior.Da sua transformação.Será um teste?

Cavalo Branco

Dualitate

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