terça-feira, março 17, 2009

Cadeira

Achei aquilo que queria atrás daquilo que encontrei. Procurei nos locais mais escuros e nos cafés mais frequentados. Revivi vistas de perder o olhar enquanto me embrenhava, absorta nas conversas da cidade.  Um fio de mim desfaz-se e permito-me rodopiar enquanto nego a norma e sento-me nesta cadeira mais confortável que todas as outras Porque também sou uma cadeira. Por isso sei o conforto da cadeira. Mas a minha mesa é mais pequena que todas as outras. Não que isso importe. Não tenho quase nada para lá poisar. Só a minha comunicação com o meu mundo. Só o meu guia dos dias. Só o meu alimento. Só a minha comunicação comigo. Esqueço-me dos meus pés apertados e da princesa de cabelo de cor indefinida que salva vidas. Aproveito este raio de sol a cair em mim e deixo que o ar entre e saia, como se fosse o primeiro e eu não tivesse memórias.

Dualitate

Espiral

p.s. no dia 14/11/2008...  com uma vista incrível do Tejo, com o melhor capuccino que já bebi, num café onde voltar. 

Powered by Blogger