Estrada molhada
Procuro uma estrada no escuro. Ligo os máximos. Vou, rente ao comboio; seguimos a mesma direcção mas ele é mais rápido. Subo a ponte e vou dar uma volta. Para esse mesmo lugar, mas mais abaixo, sempre mais abaixo. Continuo. Algumas setas indicam-me a direcção que tenho que ver, esticada, para o sítio mais escuro. O caminho é cada vez mais estreito. Eu sinto-me cada vez mais perdida...Sigo em frente, ainda, só mais um pouco. À minha esquerda um portão antigo. À direita um outro caminho. Respiro fundo, por momentos paro de correr. Já basta. Estendo a mão para fora e penso que vai chover. Eu vou chover. Não. Ainda não . Não é assim tão fácil. Era bom que fosse. Ligo o carro. Faço o caminho de volta, nessa estrada mal usada. Percebo que não é preciso ser o mais rápido se se sabe o caminho mais curto. O que é que isto significa? O que é que isto significa...Não sei. Apenas não sigo por estradas acabadas de alcatroar. Onde já há buracos dos camiões. E chove. E o meu céu de brincar estremece. Não encontro o que queria. Uma estrada perdida onde caminhar. E talvez a culpa seja da chuva. Da chuva que não vem.
Espiral
Dualitate