quarta-feira, maio 20, 2009

Sobras

Amor:
Diz-me o que sobrou para nós, depois de tantos suspiros consentidos. Diz-me o que sobrou depois de tantos anos passados, de rugas acumuladas, dos cabelos que branquearam. O que fazemos nós, amor, das relações que nos maltrataram, das peles que desejámos, dos rostos que cuidámos? Das recordações que nos desenham o quadro do que somos hoje. Do que amo em ti. E tu em mim. O que fazemos com aquelas canções que nos lembram outras gentes, outros olhares, outros toques. O que fazemos daquele local ali, onde ainda vivem os fantasmas de momentos felizes que tivemos. Diz-me amor, que terras, que músicas, que mundo fica para vivermos? Que sensações ainda não experimentámos? Que beijo ainda não conhecemos o sabor? Que sentir falta, para amarmos? Diz-me amor, onde guardo as feridas, onde guardo as juras e as promessas, onde guardo sorrisos e emoções? Diz-me, meu amor, tu, que com todas as certezas amo, o que faço com as minhas incertezas que foram certezas outrora? Diz-me, amor, o que sobrou para nós....

Dualitate

Espiral

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