segunda-feira, dezembro 06, 2010

Desenquadrada

É estranho quando me escondo debaixo de uma pedra. Sou maior que a pedra.
É ridículo quando pego naquela roupa de marinheiro e me cubro com ela. Mal me cabe e rebenta algumas costuras.
Onde está uma maldita tesoura para cortar este cabelo que não pára de crescer desordenado?
O que faço com os meus sonhos simples? O que faço com os meus sonhos simples que se enredam sem piedade nos sonhos que me fizeram ter e nos sonhos que tenho por feia ganância? Onde está uma vassoura para os varrer a todos?
Preciso de um pente. Daqueles fininhos de catar piolhos. Esses pentes tirarão os sonhos piolhosos que não prestam e deixarão apenas os verdadeiros. Os simples. Os que são verdadeiramente meus. Os que nem toda a gente compreende. São simples. Não preciso de mais do que um cantinho. O meu cantinho. Aquele que é feito dos meus sonhos mais preciosos.



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