quinta-feira, julho 20, 2006

Sombra de piano

Veste a minha saia preferida. Arranja o teu orgulho como se fosses a sua princesa.
Se todo o mundo que julgas conhecer, desse o passo à frente no espelho onde escreves quem sou, verias o mesmo reflexo que ousaste desejar? As letras que procuras mas não vês, é o espelho que as escreve sozinho, com a tua tinta vermelha…
Continuaria (s) a caminhar por um mundo desconhecido, a julgares ser quem sou, acompanhada apenas pelo reflexo da cor na tua dor, ao som de um piano triste que eu não toco. As teclas do meu piano são a sombra do espelho onde te desejas…
Cavalo Branco
Dualitate

domingo, julho 09, 2006

"o amor acontece"

Explica-me. Não entendo. Como é que não queres fundir-te num abraço comigo quando o que mais quero, quando o meu único desejo é derreter-me no teu. Não acreditas? Achas que o amor não existe? Como é que explicas todas aquelas cartas espalhadas pelo chão do quarto? Como é que explicas as vozes que se calam? Como é que resolves o eterno problema da paixão sem desejo? Do desejo sem amor? Do amor sem paixão? Vira-te. Olha para aqui. Não é para mim. Para aqui. Não feches os olhos. Isso não resolve nada. Não te martirizes. Não tens culpa. Não tens mesmo. Deixa. Não fales. Não tens nada para dizer. Eu vou-me embora. Deixo-te aquela flor. Sempre foi tua. Sim, a vista dessa janela é linda. Pena não ser o mar. Nem o rio. Dá para ver o céu não é? Viste para onde foi o sapato? Nunca encontro a mala...ah, o telemóvel... Estou? Ah, olá! Claro que quero ir beber café.... Tá, até logo, tenho mesmo de te ver....Ah, depois falamos. Ehehe... os nossos anjos aparecem sempre quando precisamos... Bem, acho que vou sair. Até...qualquer dia...


(Ela fechou a porta e desceu as escadas devagar. Respirou fundo. Ao chegar ao hall sentou-se no banco. Olhou para cima. Corou. Olhou para o chão. Mexeu na carteira. Olhou-se no espelho de bolso e ajeitou o cabelo. Segurou as mãos para não tremerem. Pintou os lábios. Sorriu, nervosa. Ouviu o tic-tac do relógio de pulso. Fechou os olhos com força. Apertou os lábios. Suspirou. Levantou-se e abriu a porta da rua. O ar frio de Inverno apanhou-a . Mas não de surpresa.)

(inspiração devido ao filme "o amor acontece" e em honra de todo o tipo de amor que mostra e também de todos os tipos que não mostra)

Espiral
Dualitate

quinta-feira, julho 06, 2006

Medo

Tens medo. Medo das fraquezas que mostras sem querer. Medo do que não sentes, mas que podes vir a sentir. Medo. Medo de te abrir. Medo de desiludires os outros por seres...assim. Medo. Medo de não seres quem és. Medo de acharem que és isto ou aquilo. Medo.
Tenho medo. Medo de magoar um pássaro já ferido. Medo de ser bruta. Medo de não ter todos os cuidados necessários. Medo. Tenho medo porque também estou ferida. Medo de magoar quem menos quero ferir. Medo de ver que apesar de tudo só alastra sofrimento. Medo. Tenho medo de me deixar ir, sem esperança. Tenho medo de apertar de mais a areia. Tenho medo de apertar de menos. Medo que não se sinta o toque leve, mas reconfortante. Tenho medo de não ser o teu abrigo. Medo.
Temos medo de iludir, de nos iludirmos. Medo. Temos medo que nos amem sem amarmos. Temos medo de nós mesmos. Medo.
Deixa-te ir. Leva os meus medos que eu guardo os teus. Ou então....

“Agarra-me...e eu confio no teu medo”

(Um beijo à Magda, que escreveu a frase entre aspas. Sem ela e a frase, este post não teria um fim. Já agora, dedico-o a ti, Magda, por todas as perguntas que fazes, por todas as respostas que encontras. Por toda a coragem que me dás. Por seres aquela amiga que...ehehe tu sabes ^^. A ti, a mim, e a todos os medos que vamos conseguir ultrapassar e a todos os medos dos outros em que vamos confiar. Porque somos...simplesmente assim...doidas.)

Espiral

Dualitate

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