quinta-feira, julho 17, 2008

Requebro no canto

Encosto-me de modo quase simbiótico a esta grande parede branca e fria. Estico os braços, tento alcançar as pontas desta imensidão. Olho o chão que está preso ao tecto. Quero ser uma estrela. Numa imensidão de estrelas. Das diferentes, envolventes, mais brilhantes, distorcidas, incoerentes, mesmo deficientes. Rebolo encostada á parede. Procuro um eco que me mostre que não há nada noutro lugar. Procuro um som diferente que me mostre uma saída. Enquanto isso escrevo nesta parede branca. Escrevo letras, nomes, canções. Escrevo bandido, poeta, letra s.

***


Levanto-me desta cama onde te tive. Olho com intensidade o meu Amor-do-Depois. Consigo perceber tão bem o quanto podia ter sido o meu Amor-do-Antes. Por agora não. Por agora, sigo, depois de rabiscar umas notas naquela folha que deixei cair, sem me importar que as lesses ou não. Escrevi letras, nomes, canções. Escrevi expoente, capitão, miragens.

***

Só espero que um fogo chegue e que rapidamente evapore estas lágrimas e incinere a caixa onde as depositei. Só depois escreverei letras, nomes, canções. Escreverei, melhor, 1beijo=1000, Raquel.


Dualitate

Espiral

p.s. Dedicado a...a quem, a quem poderia ser? Manel Cruz =)


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