sexta-feira, junho 24, 2005

Escuridão

Este dia não espera que eu me prepare para o encontrar. Estou desarmada, sinto na pele que angústias são como fumo do fogo que me quer sufocar. Por detrás há sempre algo pior. E não vale a pena esconder-me nem dar corda à ilusão de que busco uma saída. Os problemas tem carro próprio e seguem-te onde vais. Lá, sonho com as saudades que não procuro, e quando volto, palavras vêm até mim dos três vértices do triângulo. Uma esperança voa numa ânsia de um desejo concretizado. E segue, nunca apanhando quem fica isolado numa ponta qualquer no labirinto. Não tenho bússola. Ando em círculos como os camelos perdidos. Se eu fosse um cavalo encontrava sempre um caminho no deserto. Mas está tudo em vácuo aqui. Não sopra vento que me mostre alguma direcção. A areia que circula por entre o meus pés descalços não me causa cócegas. Ouço uma canção repetidamente, escrita por alguém de que não conheço o rosto, e para alguém que me é desconhecido. Sossego por escassos segundos. Aflijo-me por me sossegar. Abre-se o chão, tento segurar-me ao céu. Caio numa escuridão e ouço vozes. Calam-se. E eu fico aqui. Sem solução para o problema sem resposta.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

se o problema não tem resposta porque procuras a solução? se não tem remédio porquê desgastares-te? ou será essa vão caminho um percurso para o encontro de outras soluções para outros problemas? ou então uma ilusão que te faz sentir bem?

sexta-feira, julho 22, 2005 9:51:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

é o único caminho que tenho.
obrigada pelo comentário*

segunda-feira, agosto 01, 2005 12:13:00 da tarde  
Blogger Espiral said...

..o comentario acima foi escrito por mim

espiral

segunda-feira, agosto 01, 2005 12:17:00 da tarde  

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