quinta-feira, junho 02, 2005

Um outro eu

Imagino universos paralelos deste onde nasci e respiro. Talvez exista por aí um eu diferente a viver a vida que podia ser a minha. Diferente...mas devido a quê? Olho o espelho que reflecte o meu exterior: pode este corpo ser apenas a carapaça que protege (ou aprisiona) quem realmente eu sou? Será que a minha individualidade é percepcionada apenas pelos meus sentimentos, emoções, desejos, sonhos, intuições, pela personalidade que auguro ter? E digo-o bem baixinho, a mais não me posso atrever, em suma, a minha alma, autêntica, julgar-se-á ela, o todo que sou eu? Revolto-me contra este pensamento. Podia eu ter outro identidade, "a flor a que chamamos rosa teria o mesmo perfume embora lhe dessemos outro nome" (shakeaspeare), outra casa, outros pais ou outro país, mas o eu que sou eu só se manteria com corpo e espírito igual. E é assim que gosto de imaginar o meu eu que vive algures uma vida que é a dela. Que pode ser tão diferente ou tão igual à minha. Gosto de imaginar que só as circunstâncias mudam e que eu serei eu, não importa como nem porquê. Olho o horizonte e faço figas e desejo boa sorte em segredo. Tenho a certeza que se existir, mais cedo ou mais tarde, um outro eu fará o mesmo por mim.
Espiral
Dualitate

1 Comments:

Blogger catavento said...

excentricidade a nossa de pensarmos que somos assim tão diferentes...a nossa historia é invariavelmente a mesma!
depois de tanto tempo e dou por mim a escrever sobre isto, a pensar da mesma forma apenas por outras palavras e fará isso a nossa individualidade?

sexta-feira, dezembro 23, 2005 12:37:00 da manhã  

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