sábado, junho 11, 2005

Junção de amor com vida

Imagino contrastes espessos entre o verde e o castanho. Encosto-me a varanda, presa à presença constante dos outros por detrás de uma parede. Sinto o fresco da noite aquecer-me a pele, enquanto o meu sangue corre, sem a minha autorização, nas veias. Recordo o toque do telefone que me chamou, dos desenhos animados que sonhei , no animal que descobri, escondido em ovos de chocolate. Sorri, porque são as pequenas estrelas que dão brilho à noite mais escura. Escapa-me dos lábios palavras que não aprendi, um riso que só agora vi que me pertence. Procuro uma segurança, a confirmação de que o real não é ilusão. E confirmar-se, porque todos temos anjos particulares. Volto à realidade, entrelaço tudo o que sei, talvez sem sentido, nas palavras que escrevi, “junção de temas de amor com vida” nas páginas limpas de um livro oferecido(damos sempre a alguém parte de nós, se não, não damos nada). Estou aqui, a festejar a vida. Porque tão só, no fim de tudo, resta sempre a amizade, que nunca é segundo lugar de nada. O futuro não está assim tão longe enquanto o passado bate com a porta (mesmo que haja sempre convite para entrar). Deixo a varanda sozinha. Volto para dentro, o mundo real está a espreita. E agora está mais perto.

Espiral

Dualitate

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