quinta-feira, agosto 31, 2006

Obsessão

Só quero arranjar uma desculpa. Uma desculpa para justificar o pouco que sinto por ti. Uma desculpa que justifique o pouco que se transformou em muito do que sinto por ti.
Só quero arranjar uma explicação. Para que todos me perdoem esta heresia. Para que me absolvam do crime de te desejar. Tanto ou tão pouco. Tanto que me envergonho. Tão pouco que enlouqueço. Arranjem-me um papel qualquer. Que me rotule. Que me identifique. Que me torne padronizada para minha própria tranquilidade. Que me torne esquecida na burocracia do mundo, para anonimamente amar-te sem reservas.


“Amo-te como se deve amar: Excessivamente, ao ponto da loucura, do desespero. Há duas coisas que nunca devem ser medíocres: a poesia e o amor…
Olhem para mim como uma criatura atingida por um mal fatal.”

Julie de L’Espinesse (1732-1776)
Espiral
Dualitate

3 Comments:

Blogger catavento said...

não te quero anónima.
quero poder ouvir em ti, nem que seja um murmúrio - qualquer coisa, que me deixe perseguir essa loucura, que me vai devorando.
perdoa-me negar-te a absolvição que não te posso dar, pois só tu a podes encontrar em ti. perdoa-me que tenha destruído o papel, para que não possas ser rotulada.
quero que te inscrevas em mim sem receios de ninguém. dar-te-ei a explicação desse amor inexplicável.

impossível ignorar estas palavras. impossível ser indiferente à obsessão.
gosto sempre quando tornas à tua simplicidade.

b*

sexta-feira, setembro 01, 2006 10:56:00 da tarde  
Blogger AR said...

Assim gosto!Quando escreves assim, simples, directo...quase que nos entra pelos olhos, mesmo que não queiramos.É um flash de letras seguidas e seguidas, que não param de aparecer, porque não paramos de ler...Assim gosto!

segunda-feira, setembro 04, 2006 4:23:00 da tarde  
Blogger AR said...

Ah, e esqueci-me...a frase está fantástica.Não conhecia...está um texto obsessivamente directo...

segunda-feira, setembro 04, 2006 4:24:00 da tarde  

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