sexta-feira, dezembro 14, 2007

Cansaço

O cansaço faz-me não lutar. Deixei-me cair sem ligar ao facto de magoar as costas na cadeira, ou de ficar numa posição de que me arrependerei mais tarde. Fecho olhos e percorro mentalmente o vazio que se apodera dos meus membros cansados. Da minha mente desfalecida. Da minha alma na ronha. "É apenas cansaço." Diz o poeta. E eu repito as palavras. Porque retiro a máscara de silicone. A minha pele irrespirável tem de descansar. Solto, ao lado da cadeira, a espada, a pena, o cajado. Lanqueio o cordão do meu saber, da minha lábia, da minha ironia, do meu eu empático. Por momentos, como cavalos a galope, o meu egoísmo altruísta foi-se. O que faz o cansaço...A generosidade perde-se pelos buracos dos esgotos...donde por vezes saiem ratos. A filosofia foi-se, foi-se...neste momento só quero, se não respostas, ao menos perguntas respondidas. E é tão bom este cansaço....é quando o não apetece se junta ao quero lá saber à esquina da fadiga....Eu, sem a armadura que não me protege contra as balas. Eu, a descobrir o que é ser apenas eu, porque o cansaço não me deixa ser mais nada.

Espiral

Dualitate

inspiração: Fernando Pessoa...sempre esse fulano....Jorge Palma....outro fulano desses....e outros...mas estou demasiado cansada para escrever =P

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