quarta-feira, agosto 31, 2005

Fim de Agosto

Mil coisas para fazer e não há tempo. Mil desejos que se perdem hoje aqui enquanto os meus dedos dançam sozinhos prcurando um alfabeto decifrável e ao mesmo misterioso. Mas que fale a língua do mundo. A língua dos sentimentos. E não há mensagem mais verdadeira do que essa. E penso em momentos dourados que sabem a nevoeiro molhado (nunca está um sol radioso nos momentos que perduram). Uma viola toca e vozes cantam e sou a estátua parada tremendo de frio e querendo uma sombra. Sempre tão contraditória. Sei que o tempo ás vezes perde-se, e neste momento não lhe dou importância. Mesmo que seja vital estender uma mão, ela cede perante a mordedura de quem tem medo de partilhar. Porque são os traumas e as feridas de onde ainda jorra sangue que nos faz ser crueis quando queremos ser meigos. E amaldiçoo a clareza de espírito que me diz que encontrei o passado. Mas não faço as pazes com ele. Ainda é recente e gritam-me aos ouvidos que há coisas mais importantes. Mas a importância só pode ser dada por mim. Por isso controlo-me. Revejo a minha frieza disfarçada de orgulho e querendo ser digna. Mas talvez isso seja uma mentira. E apenas fiz uma criança chorar no deserto.

Espiral

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

o tempo nunca é suficiente para quem sente.
o tempo nunca é suficiente para quem vive.

quarta-feira, agosto 31, 2005 5:49:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

as palavras como a vida, confusa e lucida por vezes.
sorrio kd escreves algo k me lembra eu mesma. a maneira facil como expoes as coisas dificeis de sentir e aceitar.. keremos gritar. nao keremos ser as crianças que choram no deserto, mas fazemo-las chorar, por vezes.

quinta-feira, setembro 01, 2005 2:07:00 da manhã  

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