terça-feira, dezembro 09, 2008

Folhas pisadas

Neste momento escorrego por mim, atropelo os meus sinais, percorro sozinha a pele, rente ao tempo que não me pertence.  Seguro-te. A ti... a ti... porque todos os romances podem durar mil séculos na palma da minha mão. E o sopro de um beijo esquecido ou rejeitado  pode surgir, bem de novo à minha frente. O prazo de validade dos amores pode ser ultrapassado. Eu sei. Mas todos os dias tenho um cinema para onde voltar e onde recordar as imagens que quero transportar sempre comigo. Mesmo que se esbatam numa tela constantemente molhada. Porque eu gosto demasiado do tom das folhas a cair, mesmo que pisadas... porque os meus amores serão sempre de Outono mesmo que brilhem em pleno sol do Verão. E não interessa se os fôlegos acabaram. Irrelevante se as palavras se contradizem... É banal? Mentir é tão banal. ocultar, omitir, por medos, suores frios, por uma segurança que me prende e segura, levemente sustentada. Por isso vou criar os meus momentos perfeitamente desencantados... que me encantam, e inventar todas as realidades que me violaram a pele, escrevendo-as num livro de não-ficção. E pergunto-te baixinho, para que mal ouças, para que não o mintas, "que sentes tu?"...

Dualitate

Espiral

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